As úlceras de pressão podem trazer sérios problemas à saúde das pessoas mais vulneráveis, como aquelas que se encontram acamadas.
Úlceras de Pressão
As úlceras de pressão são um problema sério que pode ter graves consequências na saúde do doente.
Existem vários tipos e níveis de gravidade, mas todas elas requerem atenção e um tratamento eficaz realizado por um profissional de saúde, como um enfermeiro, muitas vezes durante um período alargado de tempo.
O que são e como originam?
As úlceras de pressão são uma lesão causada, como o nome indica, por uma carga exercida sobre a pele, especialmente em regiões de proeminências ósseas.
Estas lesões são mais comuns em pessoas acamadas ou de mobilidade muito reduzida a quem não são prestados os devidos cuidados. Segundo um parecer da Direcção Geral de Saúde, 95% das úlceras de pressão são evitáveis.
As úlceras de pressão podem ser classificadas da seguinte forma:
- Categoria I – Existe vermelhidão na região afectada que não desaparece ao fim de 15 minutos do alívio da pressão. O tecido encontra-se intacto mas já não existe resposta capilar.
- Categoria II – Os danos atingem a derme e/ou a epiderme. Podem observar-se escoriações ou bolhas e vermelhidão à volta da área afectada.
- Categoria III – A úlcera tem o aspecto de uma cratera profunda e estende-se à camada mais profunda da pele, podendo expôr o músculo embora não o afecte particularmente.
- Categoria IV – Ausência total de pele. Existe necrose do tecido subcutâneo com exposição e/ou lesão do osso, músculo ou tendões.
Prevenção
É muito importante identificar quem se encontra mais exposto ao risco de desenvolver uma úlcera de pressão. Idosos acamados e pessoas muito dependentes encontram-se entre a população mais afectada.
De forma a calcular o risco a que uma pessoa está sujeita, pode utilizar-se a Escala de Braden, que avalia:
- Percepção sensorial – capacidade de reacção ao desconforto causado pela pressão.
- Humidade – nível de exposição da pele a humidade. É necessária especial atenção no caso de doentes acamados para que a pele não entre em contacto com fezes ou urina.
- Actividade – nível de actividade física.
- Mobilidade – capacidade de movimentação do indivíduo.
- Nutrição – padrão alimentar da pessoa em questão.
- Fricção e deslizamento – avaliação das condições em que o indivíduo se encontra.
O primeiro passo no tratamento e prevenção deste tipo de ferimentos é, sem dúvida, o alívio de pressão. O doente acamado necessita de ser reposicionado frequentemente, de forma a não sobrecarregar nenhuma das zonas mais frágeis do corpo.
Para além disso, é imprescindível o uso de um colchão adequado e equipamento específico para reduzir a pressão a que o corpo está sujeito.
Tratamento
As necessidades de tratamento variam consoante a categoria da úlcera em questão. De uma forma geral, todas necessitam de atenção minuciosa e de uma rotina de higiene eficaz. Em todos os casos, o primeiro passo é um alívio imediato da pressão na área afectada.
Categoria I
Para úlceras de Categoria I, é necessário impedir o agravamento do trauma através do alívio imediato da pressão e de um redobramento dos cuidados prestados.
É aconselhado o uso de produtos de limpeza suaves e cremes gordos que actuem como barreira e que promovam a integridade da pele.
Categoria II
Para úlceras de Categoria II, em que já existem alguns danos na estrutura da pele, é fundamental impedir o alastramento da lesão.
Neste caso, é também necessário prestar especial atenção à desinfecção da área para que não haja complicações.
Assim, o primeiro passo após o alívio da pressão é a lavagem da área afectada com uma solução antisséptica para feridas.
De seguida, é utilizado um penso absorvente e de baixa adesão. O objectivo do tratamento é preparar um leito de ferida que permita a cicatrização da mesma.
Categoria III
Tal como nas úlceras da categoria anterior, é necessário irrigar a ferida com um gel ou líquido antisséptico que combata a formação de bactérias e a infecção.
Em segundo lugar, coloca-se um penso absorvente na região. O objectivo é regular a humidade da lesão de forma a que esta não progrida e comece a regredir.
Categoria IV
Nas úlceras de Categoria IV, em que há destruição ou danificação total dos tecidos e, por vezes, até mesmo dos ossos ou estruturas de suporte (como tendões e articulações), o cuidado torna-se mais complexo.
Por vezes é necessário recorrer ao desbridamento da área para remover a crosta e conseguir um tecido viável para a cicatrização.
O tratamento de uma úlcera de categoria IV pode levar alguns meses, dependendo da extensão, profundidade e localização da ferida.